Saudações

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Etanol

O etanol (álcool etítilico) é uma das substâncias mais antigas e utilizadas pelo homem, a qual  já foi usada em rituais religiosos, eventos recreativos, tratamentos medicinais , sanitários e atualmente em grande escala como combustível de energia alternativa. 
No contesto farmacodinâmico o etanol é uma substância que tem sua principal ação no sistema nervoso central, atuando como um depressor deste sistema. Sua ação no SNC passa por várias etapas, e estas estão diretamente ligadas no aumento da concentração do etanol no meio sistêmico causando em quem o ingere desde a diminuição da inibição da timidez  até mesmo estimulando a libilidade e posterior relaxamento.  A medida que ocorre o aumento da dosagem, é evidente a perda de equilíbrio, alteração na marcha (ziguezague) podendo chegar em estágios de depressão respiratória ,  coma e raramente morte.
Atua nas fendas sinápticas impedindo que as substâncias supressoras do sistema nervoso continuem seu trabalho mantendo o cérebro com sua atividade normal, praticamente desligando  as regiões responsáveis pelo raciocínio lógico e comportamento racional, sendo esta região localizada no córtex, em sua região frontal. Quando o córtex  tem sua atividade reduzida e o indivíduo ainda permanece em vigília o sistema límbico entra em ação, e como esta parte do cérebro tem um papel na preservação da espécie, sugere-se que a libido seja estimulada por ele.
Há estudos que o álcool administrado em pequenas dosagens pode trazer benefícios ao organismo, porém indivíduos com problemas relacionados ao sistema gástrico, etilistas em estágios de desintoxicação  ou pessoas que fazem uso de medicamentos que interagem com o etanol devem evitar mesmo estas pequenas dosagens.

A farmacocinética do etanol: 
O etanol  é completamente absorvido no trato gastrointestinal após a administração oral e sua absorção se dá por todas as porções deste trato. O ritmo de absorção é determinado pela composição do conteúdo gástrico.(Charles R. Craig e Robert E Stitzel 1985). Embasado nisso pode-se afirmar que a ingestão de alimentos junto a  bebidas alcoólicas, e até mesmo o tipo de bebida (fermentadas ou destilados) podem alterar a quantidade de álcool absorvido corroborando para a diminuição da diminuição de etanol a ser absorvido. Em se tratando de bebidas fermentadas, que além de possuírem níveis de etanol mais baixos que os destilados, possuem em sua composição substâncias que tardia a sua absorção.
A sua distribuição pelo organismo é rápida e uniforme, inclusive atravessando rapidamente a placenta e entrando na circulação fetal. A distribuição uniforme do etanol auxilia muito na questão de exames de caráter forenses para a determinação de etanol, tanto presentes no sangue como no ar expirado pelo pulmão. No Brasil a lei seca não permite mais que 0,1 mg de etanol por litro de ar expelido e 0,2 g por litro de sangue, devendo o motorista com teores alcoólicos acima destes valores responder nas esferas administrativas e criminais previstas pelas leis de transito brasileiras.
O metabolismo do etanol se dá por dois sistemas enzimáticos sendo a enzima Álcool desidrogenase a mais atuante e as enzima de sistema de microssomal de função mista em menor extensão mas sua ação com o etanol tem caráter importante, principalmente porque este grupo metaboliza também muitos farmacos.
A enzima álcool desidrogenase utilizando NAD como substrato transforma o etanol em acetaldeído e ainda libera NADH, posteriormente a enzima acetaldeído desidrogenase transforma o acetaldeído em CO2 e água.
A enzima álcool desidrogenase tem seu funcionamento linear sendo considerado um sistema de metabolização de ordem zero, ou seja, mesmo que aumente as concentrações do etanol, o sistema enzimático trabalha com a mesma velocidade de transformação. Nos adultos normais a biotransformação do etanol é de 10 a 15 ml por hora, o que demonstra que este é um produto perigoso se ingerido exageradamente. Para ficar fácil saber quanto tempo o álcool leva pra ser biotransformado,podemos estimar através dos dados apresentados acima, levando em consideração que o indivíduo que o ingeriu tem 70 kg de massa e não possui nenhuma disfunção hepática, renal o respiratória. A estimativa tem como base em achar, no caso da cerveja que possui 5% de teor alcoólico o etanol presente ex:
2000 ml ... 

4 ml de etanol-----------------------100 ml
x ml de etanol -----------------------2000ml
X= 80 ml de etanol
Agora basta saber quanto tempo leva para ser biotransformado baseando que o organismo biotransforma 15 ml de etanol por hora:

              15 ml------------------1 hora
              80 ml------------------x hora
              X = 5,3 horas

Para destilados a conta é a mesma basta apenas trocar os teores.
A excreção do etanol a qual está relatada em torno 2 a 10% , já que o etanol é extensamente biotransformado, ocorre tanto através da urina e também do sistema respiratório.

O uso do etanol de forma recreativa é um sério problema para a sociedade em todas as esferas,e pode levar os usuários de uso recreacional a usuários crônicos. A sua desintoxicação é cara e demorada para os etilistas crônicos e os transtornos para os familiares são incalculáveis.
Na tentativa de auxiliar os etilistas no tratamento utiliza-se uma terapia administrando um medicamento que possuí em sua composição uma molécula ativa chamada dissulfiram, a qual é inibidora da enzima aldeído desidrogenase, que ao ser inibida aumenta os níveis de aldeído no sangue provocando fortes reações colaterais(vômitos, tonturas, arritmias, vermelhidão entre outras), caso o indivíduo ingira etanol, desencorajando o indivíduo a ingerir a bebida alcoólica.

Referência bibliográfica:
 Craig. Charles R.; Stittzel Robert E. Farmacologia Moderna Editora Roca 1985.
 


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Caracterização de método analítico cromatográfico para determinar harmina e harmalina em plasma e urina.

O chá de ayahuasca é a infusão do cipó Banisteriopsis caapi juntamente com folhas de arbusto da Psycotria viridis. Este chá esteve por mais de mil anos presente apenas nas aldeias dos povos indígenas da América Latina, em específico nas tribos da região amazônica. Para estes povos a única finalidade do uso do chá é religiosa, servindo este preparado como uma “chave para abrir as portas do mundo dos espíritos”. Porém, o uso deste já não está mais confinado aos povos das selvas, pois há várias seitas que o utilizam  em seus rituais, além de curiosos e até mesmo indivíduos que buscam esta bebida como uma forma de recreação. Na composição do chá estão presentes os seguintes alcalóides: N-N dimetiltriptamina (DMT), molécula responsável pela alucinação juntamente com tetraidroharmina, além das moléculas de harmina e harmalina as quais são as moléculas escolhidas para este trabalho. Devido à urbanização deste chá inúmeros acidentes vêm ocorrendo, desde intoxicações leves à graves nas quais muitos indivíduos são levados a óbito, o que sugere estudos mais detalhados, entre eles o desenvolvimento de métodos analíticos. Há uma escassez de trabalhos para este fim utilizando cromatografia gasosa com detector de ionização de chamas (FID), que é um detector comum e apresentou um bom desempenho na detecção de harmina e harmalina. Os modelos de extração utilizados variaram em função da matriz biológica utilizada: Para urina foi utilizada a extração líquido-líquido e a extração em fase sólida (SPE) para o plasma. A metodologia de SPE foi utilizada para o plasma devido grande quantidade de interferentes presentes nesta matriz que impossibilitaram a extração líquido-líquido com resultados satisfatórios. Os picos cromatográficos das substâncias foram: 05:15 minutos para lidocaína que é o padrão interno, harmalina com tempo de retenção de 09:20 minutos  e harmina tempo de retenção de 09:08 minutos; diversas rampas de temperatura foram utilizadas e a melhor apresentou as seguintes configurações: temperatura inicial 160 º C , com aquecimento de 15° C / minuto até 220 ° C com posterior aquecimento de 5 °C / minuto até 280 ° C com tempo total de análise de 16 minutos. A técnica de injeção foi splitless com temperatura de 250°C, detector com temperatura de 290 ° C. Este trabalho deverá ter continuidade, pois o método foi apenas caracterizado e deverá passar pelo processo de validação. Frente ao crescente problema de intoxicações, torna-se necessário o desenvolvimento de metodologias analíticas rápidas e confiáveis para um pronto diagnóstico laboratorial, e para tal, a cromatografia gasosa é uma técnica apropriada, principalmente em se tratando de detectores FID, já que são mais baratos e comuns em relação à dectecção por espectrometria de massas.
Para receber o trabalho completo por gentileza mande um e-mail para gustavo_farmacia175@hotmail.com ou cmotajr@uol.com.br, que enviaremos o trabalho.
Autores: Gustavo Aparecido Neves
              Carlos Mota Alvarenga Junior
Orientadores: Prof° Dr.Wilson Roberto Malfará
                     Prof° Dr. Bruno Spinosa Martinis
Palavras- chave: cromatografia gasosa;harmina; harmalina; detector de ionização de chamas

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Distribuição de farmacos

Quando o farmaco é absorvido e está dentro do sistema vascular ou em caso de vias administrativas que não a oral as quais o medicamento não passa pelo efeito de primeira passagem, este tende a ser distribuído para os meios interstíciais e intracelulares, porém a velocidade com que isto ocorre dependerá de vários fatores os quais se referem à características da molécula do medicamento,fluxo sanguíneo afinidade da molécula por proteínas plasmáticas e tecidos, diferença de pH, modelo de transporte e afinidade por gorduras que em alguns casos serve como reservatório, prolongando a permanência e ação dos farmacos.
Com relação a passagem dos farmacos do sistema vascular para o meio intersticial não é difícil nem mesmo lenta, o que diferentemente ocorre com a difusão de farmacos através de membranas e também com o SNC, onde há uma certa resistência a passagem de substâncias ionizadas. O que chama a atenção para a velocidade de transferência através dos capilares em sua maioria é o tamanho da molécula e não a sua lipossolubilidade. Ainda com relação ao  SNC, que é protegido por 3 membranas denominada barreira hematoencefálica e que é composta pelas camadas aracnóide, pia mater e dura mater, que impedem a passagens de substâncias ionizadas ou polares. Em casos de inflamação ou infecção destas membranas sendo um exemplo a meningite causada por bactérias do gênero Listeria monocytogenes, as fendas destas membranas se distanciam,  facilitando a entrada dos antimicrobianos como as penicilinas que em situações normais não conseguem penetrar por estas membranas e chegar ao sistema nervoso central.
O volume de distribuição que os farmacos podem ser distribuídos ficam em torno de 40 litros, para uma pessoa de 70 Kg e pode ser classificado assim:
Água plasmática = 5 L
Fluído intersticial = 10 L
Fluído intracelular = 20 L
Plasma e fluído do sistema circulatório = 5 L
O volume que o farmaco é distribuído é denominado volume aparente de distribuição(Vd). Este pode ser calculado dividindo-se a quantidade de farmaco administrada pela quantidade de farmaco quantificada no plasma após decorrido um tempo suficiente para a sua distribuição e equilíbrio.
Outro ponto extremamente importante é a ligação do farmaco às proteínas plasmáticas, estas são a albumina, globulinas Beta lipoproteínas entre outras. A principal proteína de ligação plasmática é a albumina, que geralmente os farmacos se ligam a estas de forma reversível apesar de haverem farmacos que se ligam a albumina de forma covalente dificultando a ruptura entre as moléculas.
O fato de ocorrerem estas ligações dos farmacos com as proteínas  influenciam na distribuição, processo de eliminação e  na sua concentração nos tecidos, pois somente as substâncias não ligadas às proteínas é que podem passar por todos os processos acima citados.
Muitas substâncias não fazem uma ligação seletiva  ou apresentam uma grande afinidade pela albumina, e há casos em que vários medicamentos são administrados  nas chamadas politerapias, sendo muitos destes competidores pela ligação com as proteínas plasmáticas em especial a albumina. Este tropismo pode causar uma situação agravante em alguns casos,pois podem deslocar substâncias endógenas que se ligam a estas proteínas, o que pode gerar quadros de intoxicações, mesmo que a dose administrada esteja dentro da dosagem terapêutica.
Um exemplo clássico desta competição é a que ocorre entre as sulfonamidas e a bilirrubina(sua formação inicia-se com a destruição de hemácias e outros eritrócitos no basso, onde são lançadas várias substâncias destes metabolismo, sendo uma molécula que contem o grupo heme que é aberto e libera ferro livre e a biliverdina, a qual é metabolizada pela biliverdina redutase transformando em bilirrubina)pela albumina, onde a afinidade das sulfonamidas é maior e desloca a bilirrubina que estava conjugada, deixando-a livre no sistema circulatório,este problema pode ocorrer com mais facilidade em neonatos, ocasionando o que é chamado de icterícia ou ictéreos ou popularmente o amarelão que causa demência. Outras intoxicações podem ocorrer quando dois ou mais farmacos que tem grande afinidade pela albumina são administrados e nesta competição ocorre o deslocamento de um destes farmacos e ao ficar livre esta substância terá seu teor aumentado nos sítios de ação e em todo o corpo e poderá causar sérias intoxicações.
Há vários reservatórios para os farmacos sendo estes os reservatórios celulares, que são representados pelos músculos e hepatócitos(células do fígado, principalmente quando a administração de um farmaco é crônica. Os reservatórios de gordura, onde os farmacos lipossolúveis tem tropismo por este tipo de material, exemplos de farmacos são o cloridrato de amiodarona, medicamento usado para controle de arritmias cardíacas, barbitúricos, tiopental  entre outras substâncias.
Com relação a placenta, grande parte dos medicamentos atravessam-na o que leva a grande recomendação de só administrar medicamentos em gestantes somente em casos onde o benefício irá superar em muito o risco. Hoje sabe-se que mãe e embrião ou mãe e feto não estão em compartimentos separados e sim fazem parte de um mesmo conjunto, sendo assim o que a mãe ingerir o embrião ou feto irá também ingerir, pois apenas há um atraso no transporte dos farmacos ou outras substâncias da mãe ao feto, o fluxo sanguíneo  ao útero está por volta de 500 ml por minuto e consequentemente este atinge a placenta, ao analisarmos que a dosagem de medicamentos dada a mãe que apresenta uma massa dezenas de vezes maiores que o feto, conclue-se que estes farmacos chegam na placenta através da veia umbilical é muito elevada e pode causar sérios danos.
Literaturas utilizadas :
Farmacologia Moderna; Craig,Charles R; Stitzel, Robert E
As Bases Farmacológicas da Terapêutica; Goodman ; Gilman

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um breve comentário sobre câncer de próstata

A próstata é uma glândula que está localizada na área da cavidade pélvica com estrutura única situada perto das vesículas seminais e por debaixo da bexiga. No interior da próstata os canais deferentes desembocam na uretra. A próstata produz também um liquido que protege, alimenta e facilita a mobilidade dos espermatozóides, chamado líquido prostático.
 O crescimento descontrolado de células modificadas pelo corpo com o crescimento desta glândula caracteriza-se o câncer de próstata

O Câncer da próstata em sua fase inicial tem uma evolução silenciosa. Geralmente não apresenta nenhum sintoma ou, quando apresenta, são semelhantes ao crescimento benigno da próstata (dificuldade miccional, freqüência urinária aumentada durante o dia ou a noite). Uma fase avançada da doença pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, como infecções generalizadas ou insuficiência renal.
Geralmente o grupo de pessoas que as pesquisas apontam para o desenvolvimento desta doença são homens acima de 40 anos com histórico da doença na família, mas a faixa geralmente atinge homens entre 45 a 75 anos.
A melhor forma de prevenção desta enfermidade está na realização dos exames clínico de toque retal e o exame de sangue para a dosagem do antígeno prostático específico, conhecido por PSA (Prostatic Specific antigen).
 Pesquisas também apontam que uma vida com hábitos saudáveis contribuem para evitar o aparecimento da doença, além de uma dieta bem equilibrada com a ingestão abundante de tomate e seus derivados parece diminuir em torno de 35% os riscos de câncer de próstata.
O tratamento do câncer da próstata depende do estagio clínico. Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo uma observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal tem sido utilizados. Para doença metastática, o tratamento de eleição é hormonioterapia.
Os medicamentos geralmente utilizados são a finasterida , Abarelix, leuprolida entre outros, que o prescritor e somente ele poderá indicar para ser administrado de acordo com o estágio da doença.
Recomendações gerais
Vá ao médico pelo menos a cada 6 meses para fazer um check-up.
Caso você tenha idade acima de 40 anos ou tenha histórico familiar de câncer de próstata na família peça ao seu médico para realizar os exames para detecção desta doença.
Faça exercícios físicos constantemente
Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas.
Como bastante frutas e beba pelo menos 2 litros de água por dia.
O exame de toque é fundamental para a detecção desta doença e poderá salvar sua vida, a idéia de manchar a sua honra é infundada, preconceituosa e não faz sentido.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Farmacologia: Absorção de fármacos.

Introdução
Dentro do estudo da farmacologia há duas grandes vertentes mas  que são complementares; a farmacocinética e a farmacodinâmica, e são estudadas separadamente para um melhor efeito didático. A farmacocinética se ocupa em estudar as etapas que envolvem a entrada do medicamento no corpo do indivíduo sejam elas por via oral (V.O), endovenosa (E.V), intramuscular (I.M), subcutânea (S.C) entre outras formas que introduzam o medicamento no indivíduo, assim como sua absorção, distribuição, metabolização e excreção. A farmacodinâmica se ocupa da interação farmaco-receptor, seus efeitos, suas interações com outros farmacos, drogas e alimentos.
Nesta publicação será apenas abordado a absorção , ficando para outras publicações os aspectos da distribuição, metabolização e excreção.
A absorção dos farmacos é uma etapa fundamental e crítica para o sucesso ou fracasso do tratamento, pois envolvem vários fatores intrínsecos da molécula quanto do paciente.
Para que um farmaco seja bem absorvido deve-se levar em conta fatores como pH(este é de grande relevância quando a administração é V.O), solubilidade, veículos utilizados na composição do medicamento bem como condições fisiopatológicas do paciente.

Absorção via oral (V.O)
Esta é a via mais utilizada para administrar fármacos, pois não é invasiva, sendo ideal para tratamentos que não estão dentro do âmbito hospitalar. Sua principal desvantagem está no fato de muitos fatores intervirem no sucesso do tratamento, tais como: mudança do pH estomacal, falta de pontualidade nos horários estabelecidos para a ingestão do(s) medicamento(s), estado fisiopatológico do paciente e até mesmo incompatibilidade química entre farmacos/farmacos e farmacos/alimentos.
Na absorção por via oral ocorrem alguns fenômenos físico-químicos e também químico-biológicos. O primeiro está relacionado ao fator pH, no qual está intimamente ligado as características da molécula. Geralmente os medicamentos possuem como princípio ativo sais de ácidos ou bases fracas que podem apresentar-se de forma ionizada e não ionizada de acordo com o pH que encontram no meio estomacal, e isto corrabora intensamente para a eficácia na absorção destas moléculas.
Quando um medicamento é elaborado, os farmacêuticos e químicos necessitam desenvolver estudos para averiguar a estabilidade do farmaco no sistema biológico, e quando se trata de medicamentos utilizados por via oral, estes profissionais, deverão verificar como a molécula irá se comportar perante ao agressivo ataque do HCl estomacal. Farmacos que possuem caráter ácido, ao chegarem no estômago e este que  possue em média um pH de 2,0 não sofrerão ionização, e poderão ser absorvidos ou parcialmente absorvidos neste órgão, mesmo não sendo o estômago o órgão com a finalidade de absorção. Se o farmaco tem caracter basico, este sofrerá ionização parcial, pois tratam-se de ácidos e bases fracas,o que obedece as leis de ácidos e bases de Bronsted e Lowry, e seu pKa ou pKb determinam o pH onde haverá o ponto de equilíbrio, trata-se da equação de equilíbrio proposta por Handerson Henselbach.(Dalli,Hang. Farmacologia 6 ° Edição)
As células apresentam em sua membrana celular estruturas polares e apolares, sendo a parte polar com afinidade principalmente por água e compostos polares e a aparte apolar tendo afinidade por compostos lipídicos ou apolares. Quanto ao fator químico-biológico pode ser verificado que as células possuem membrana com bi camada lipídica o que torna quase que obrigatório que as moléculas ao entrarem nas células estejam em sua forma não ionizada para serem absorvidas, é evidente que há vários transportes que a célula utiliza para absorver xenobióticos, alguns possuem gasto de energia outros não, o transporte por canais iônicos utiliza o ATP como fonte de energia, já o transporte passivo não, e estas características também são levadas em conta. Há outros processos tais como a  pinocitose, fagocitose, transportadores de membrana entre outros meios, que estarão mais detalhados em livros de fisiologia humana.
Quando se trata de medicamentos por via oral, geralmente a grande parte da absorção se dá de forma entérica, principalmente no delgado e jejuno, e para que isto ocorra a condição de lipofilicidade é crucial. Pensando nestes detalhes, a industria farmacêutica utiliza excipientes em sua formulação e outras estratégias dentro da produção do medicamento tais como dureza de comprimidos, envolver o principio ativo com substâncias que protejam contra o ataque ácido, incluir funções orgânicas adicionais na molécula, entre outras estratégias.
O medicamento ao passar da luz do tubo digestivo para o meio sistêmico, perde a concentração inicial, ou seja, ao administrar um medicamento que tenha por exemplo 500 mg, poderá apresentar no meio sistêmico concentração de 20 microgramas biodisponível , isto se dá devido a perda do efeito de primeira passagem,  onde todos aqueles fatores relacionados anteriormente e incluindo a passagem do farmaco entre membranas que também inclui  a biotransformação do farmaco ou pró-farmaco pelo fígado, que irá transformar a molécula de uma forma apolar para polar ou polarizar a molécula para que ela seja eliminada, este assunto será abordado em outro momento quando  for tratado a biotransformação.

Absorção via retal
Há também a administração por via retal, na qual temos os supositórios como forma farmacêutica, e que são elaborados para o pH  intestinal, este método também sofre efeito de primeira passagem porém é absorvido mais rapidamente do que a via oral. Geralmente é empregado em crianças quando a administração por outras vias é inviável, ou até mesmo para evitar traumas quanto a aplicação endovenosa, porém devido a aspectos culturais, esta via é pouco utilizada, mesmo apresentando um bom desenpenho no trabalho de absorção.

Outras formas de administração
Em se tratando de administração  por via subcutânea, intramuscular, endovenosa,  sublingual e careotecal estas ao contrário das outras apresentadas não sofre o efeito de primeira passagem, caindo diretamente na corrente circulatória e percorrendo todo o corpo em questão de segundos. A vantagem destas vias, é que além de não sofrer os efeitos de primeira passagem, faz com que o farmaco se ligue as proteínas plasmáticas mais rapidamente, caso este tenha tal tropismo ou vá diretamente ao sítio de ação. A desvantagem está no fato de que como não há uma perda na quantidade do farmaco, e este se encontra totalmente no meio sistêmico, poderá ocorrer mais facilmente casos de intoxicação e reverter este quadro torna-se mais complicado.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Preparação de álcool 70%

Preparação de álcool 70% m/m (77 ° GL)




1.0 Objetivos: Este procedimento destina-se na preparação de uma solução hidroalcoólica partindo-se de um álcool de concentração absoluta ou de menor grau alcoólico.

2.0 Materiais:

Becker 1000 ml

Bastão de vidro

Alcoômetro

Água deionizada

Álcool etílico Absoluto ou 95 ° GL no mínimo

Proveta graduada de 500 ml

Tabela de alcoométrica.

Termômetro



3.0 Procedimento

3.1 procedimento para preparar a solução partindo do álcool 96 ° GL .

Colocar o álcool etílico no refrigerador para abaixar a temperatura em torno de 20 ° C

Ao atingir tal temperatura ou próximo a esta, retirar da geladeira.

Verter 500 ml deste na proveta .

Colocar o alcoômetro levemente na solução com movimento giratório para a esquerda, e aguardar estabilizar.

Fazer a leitura do grau e anotar a temperatura que está em seu termômetro interno.

Verificar o valor de seu grau, observando na tábua da força real dos líquidos espirituosos no linkwww.anvisa.gov.br/institucional/editora/formulario_nacional.pdf, comparando a temperatura da solução e o grau GL lido no ato da análise.

Anotar o valor.

3.2 Cálculos

Para se preparar a solução 70% deve-se igualar as unidades transformando a %m/m em GL.

Conversão de %m/m para %v/v

Volume / volume %(GL) = 70 g do álcool absoluto / 100 g solução.

D ensidade álcool absoluto= 0, 79433 g/ cm3

Densidade álcool 70 = 0, 87234 g / cm3

Cálculo do volume do álcool absoluto

0, 79433 = 70 / V

V = 70 / 0, 79433

V = 88, 125 ml álcool absoluto

Cálculo do volume da solução

0, 87234 = 100 / V

V = 100 / 0, 87234

V = 114, 634 ml
Volume/ volume de álcool = 88, 125 / 114, 634 * 100

% volume/ volume = 76, 875 = 77 ° GL

768,75 ml ------------------------ 100 ml

X------------------------------------- 1000 ml

X = 768,75 ml.
Ou seja se o álcool a ser utlizado for o abosoluto, terão que ser medidos 768,75 ml deste e completado até 1000 ml, para se produzir o álcool 70% p/p ou 77 %v/v.

Partindo de uma concentração qualquer basta proceder como realizado nesta etapa, observando as densidades.

Quando um álcool grau reagente é utilizado, pode-se partir com o seguinte cálculo

C1 * V1 = C2 * V2

96 * V1 = 77 * 1000

V1 = 802,08 ml

Água qsp 1000 ml

3.3 Preparação da solução

Medir em uma proveta o volume determinado de 802 ml de álcool do álcool 96°Gl

Completar com água deionizada até 1000 ml.

Agitar e guardar no refrigerador até a eliminação das bolhas de ar.

Colocar na proveta e verificar na tábua da força real dos líquidos espirituosos o °GL.
Anotar o valor mostrado, conferir na tabela dos líquidos espirituosos.
O álcool 70% tem uma tolerância entre 68%p/p e 72% p/p
Transferir para um frasco de 1 litro.
rotular como álcool 70 %.
Validade 2 anos.